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Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://bibliotecadigital.abong.org.br/jspui/handle/11465/311
Título: Violência simbólica: a outra face das religiões
Autor(es): NUNES, Maria José F. Rosado
CITELI, Maria Teresa
Palavras-chave: Igrejas católicas;Violência sexual;Feministas;Aborto
Data do documento: 27-Mai-2010
Editor: Católicas pelo Direito de Decidir
Citação: Violência simbólica: a outra face das religiões / Maria José F. Rosado Nunes ; Maria Teresa Citeli. - São Paulo: Católicas pelo Direito de Decidir, 2010.
Resumo: Para a maioria das pessoas, perceber as associações da religião católica com a violência é tarefa bastante difícil, ainda que abundantes exemplos na vida cotidiana e na história recente as comprovem. O imaginário popular espontaneamente associa a religião com a paz, com o bem da humanidade, a fraternidade, o amor e a proteção dos mais fracos. Essa compreensão da religião católica vem-se mantendo durante séculos e séculos através do poder simbólico que essa instituição detém, o que dificulta a percepção do potencial de violência que subjaz em seu discurso e em sua prática, sobretudo em relação às mulheres. Esse modo de proceder vem-se constituindo um verdadeiro alicerce para promover a desvalorização feminina, reforçar padrões de violência e de dominação masculina e contribuir para limitar o exercício da cidadania e dos direitos humanos. O Brasil é o maior país católico do mundo — segundo o Censo de 2000, 74% da população declaram-se católicos/as — ainda que as outras religiões cristãs, como as mais variadas denominações pentecostais ou neopentecostais, venham crescendo continuamente. Vive-se no Brasil atualmente um recrudescimento dos fundamentalismos religiosos, cujo conservadorismo moral, rigidez de costumes e cristalização da desigualdade de gênero colaboram para o alto índice da violência que se pratica contra as mulheres. Segundo dados da Fundação Perseu Abramo (2002), a cada 15 segundos uma mulher é espancada no país. Pelo menos 43% das mulheres brasileiras sofrem algum tipo de violência pelo simples fato de ser mulher. Os valores religiosos atuam fortemente, pela subjetividade, no plano simbólico. Padrões de identidade e de relacionamento se ancoram tanto no plano institucional como na subjetividade. O modelo predominante — a família patriarcal, a relação heterossexual, a chefia masculina, a submissão dos filhos e da mulher ao pai e ao marido — está configurado e se sustenta, em grande parte, nos valores advindos das religiões. A cultura brasileira é fortemente influenciada pela visão católica acerca do lugar que mulheres e homens desempenham na religião, visão esta que se encontra inscrita nas estruturas de seu poder institucional e de suas práticas litúrgicas, que excluem e desqualificam as mulheres. Da mesma forma que a afirmação de que o sacrifício é o caminho para a salvação, o discurso da “vontade de Deus” para justificar e legitimar determinadas práticas e atitudes é outro fator que tanto contribui para manter as mulheres submetidas à agressão e à naturalização da violência e sua reprodução.
URI: http://www.bibliotecadigital.abong.org.br/handle/11465/311
Aparece nas coleções:Lutas Feministas e Direitos das Mulheres

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